terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

***** Conheça um pouco do... "Projeto Panela do Samba" em Sorocaba - SP *****

Em uma panela, misture talento, resistência, força de vontade e uma boa pitada de samba. O resultado final pode até não ser gastronomicamente viável, mas é um bom banquete para os ouvidos. E é com essa receita que o projeto Panela do Samba serve, semanalmente, generosas porções de boa música, apresentando novos talentos sorocabanos do samba, sem contar os aperitivos como performance teatral e poesia.

Pontualmente às 20h das terças-feiras no Centro Cultural Quilombinho, os primeiros integrantes iniciam o ritual. Em volta de uma mesa soam as primeiras notas do samba-convite que diz que o Panela vai começar e quem quiser pode chegar. Aos poucos, a resposta é sentida. E a roda vai ganhando mais corpo enquanto os integrantes divertem-se fazendo improvisações. Aos poucos, os sambas vão surgindo com boa qualidade de letra e música. Mas não são músicas compostas ou interpretadas por conhecidos figurões do samba, são de autoria dos próprios integrantes da roda, que colocam dentro da panela, que fica no centro da mesa, a letra de cada samba.

O Panela... foi fundado em meados de 2009 mas a ideia vem de antes, da necessidade sentida por Cláudio Silva, coordenador do projeto, de um espaço para o samba de raíz na cidade e para os novos compositores. Antes de emplacar no Quilombinho, Cláudio até tentou iniciar algo parecido em um bar no bairro Brasilândia, mas perdeu o foco, disse. Para estruturar melhor o projeto, ele acabou indo para São Paulo saber mais sobre trabalhos que tem como foco o samba e chegou à tradicional comunidade Samba da Vela, em Santo Amaro.

Engrossando o caldo

Pode-se dizer que o Panela... é quase uma filial do Samba da Vela. Pois foi lá que Cláudio conheceu José Marilton da Cruz, mais conhecido como Chapinha, um dos fundadores do Samba da Vela e que se tornou um dos grandes incentivadores do projeto por aqui. Chapinha, que morou em Sorocaba entre os anos de 1998 a 2000 - e se considera meio sorocabano -, perguntou como andava o movimento na cidade. Ao ouvir de Cláudio uma resposta nada animadora, questionou: E o que está esperando para montar um projeto de samba lá?. Além do empurrãozinho, Chapinha se propôs a vir à cidade e ajudar na formação. Mas ainda faltava o principal: um lugar. Cláudio conversou com o amigo e músico Marcos Pereira que sugeriu o Centro Cultural Quilombinho. E os dois se apresentaram à coordenadora Rosângela Alves que aceitou na hora sediar o projeto. Não tinha dúvidas que seria positivo. Muito mais até do que imaginei. É um espaço inédito na região, entusiasmou-se Rosângela, pontuando a carência de um local na cidade para a formação e apresentação de novos talentos. E assim deu-se o início do projeto que, de boca-a-boca, foi agregando mais e mais músicos e compositores em volta da panela e, hoje, segundo o coordenador do projeto, há cerca de 12 novos compositores participando. E é importante destacar a participação das mulheres, lembrou Rosângela.

Tempero feminino

Não abandonando o posto de musas, mas também assumindo o papel de compositoras, aos poucos as mulheres foram chegando ao Panela.... A primeira entre elas foi a cantora, compositora e manicure Sônia Hara, que já tinha umas composições, quando aceitou o convite de um amigo para conhecer o projeto. Apresentou seu trabalho e não parou mais de produzir. Para ela, ter um espaço que possibilite essa troca incentiva a compor mais. Esse é um momento que muito me emociona, declarou ela, que antes era uma compositora de gaveta. Sônia fez escola e outras mulheres apareceram.

Hoje, o grupo se considera uma família, mas como ressaltou Chapinha: no samba sempre cabe mais um. E foi assim que a cantora, compositora e cabeleireira Eulália de Oliveira Moraes chegou ao Panela.... Ela já cantava na noite composições alheias, mas foi dentro do projeto que sentiu a coceirinha para começar a compor. Sempre tive vontade mas não sabia que tinha o dom, contou ela, que também não parou mais de compor.

Pronto para servir

A panela onde estão guardadas as composições já está abarrotada. Sinal de que a produção está pronta para ser servida em generosas porções aos ouvidos. E é essa uma das principais metas dos coordenadores do projeto: gravar um CD com as composições. O que falta? Patrocínio. Sendo assim, por enquanto, os sambas dos compositores Tóinho, Feijão, Rogério, Orlando, Rafael, Cláudio, Eulália, Sônia, Chapinha, entre outro tantos, só pode ser apreciado às terças-feiras, no Centro Cultural Quilombinho. E quem quiser pode chegar!

Serviço

O projeto Panela do Samba acontece todas as terças-feiras, das 20h às 22h, no Centro Cultural Quilombinho, na rua Caramuru, 203, Vila Leão. A entrada é gratuita.

***** ... Hoje ... *****

Parabéns aos músicos, assim como a todos que estão ligados à música, que estudam e trabalham, trazendo arte e emoção com suas atividades.
Grande Abraço a todos;
1,2,3 Pagode da 27.

Morre Ovídio Brito, um dos mestres da cuíca no Brasil

A cuíca hoje chora mais do que nunca. Morreu nesta madrugada Ovídio Brito, instrumentista conhecido como um dos maiores cuiqueiros do país. Ovídio, de 65 anos, estava voltando da sua roda de samba no clube Renascença, que foi inaugurada ontem e aconteceria todo segundo domingo do mês, ao lado de Marcio Vanderlei. Ele sofreu um acidente de carro. O velório será nesta segunda-feira, às 17h, no Clube Renascença .

O enterro acontece nesta terça-feira, no Cemitério do Caju, às 10h.

Ovídio Brito já tocou com Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Martinho da Vila, Marisa Monte, Elza Soares, Ivan Lins, Jards Macalé, Sandra de Sá, Clara Nunes, Baden Powell, Moreira da Silva e Tim Maia, entre outros. No ano passado, comemorou 50 anos de samba lançando o CD "Viajando com Martinho", em que cantava um repertório todo dedicado a Martinho da Vila.